Doença silenciosa mata 15 mil brasileiros por ano
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Responsável pela morte de aproximadamente 15 mil pessoas por ano no Brasil, o câncer colorretal deve ter notificados 34,3 mil novos casos em 2016, sendo 16,7 mil homens e 17,7 mil mulheres, conforme os últimos dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Na maioria das vezes, a doença se desenvolve gradativamente por uma alteração nas células, que começam a crescer de forma desordenada sem apresentar qualquer sintoma. Por esse motivo, a detecção precoce é fundamental.
Segundo o médico rádio-oncologista do Instituto de Radioterapia Vitória (IRV) Pérsio Freitas, os exames de rastreamento são capazes de identificar o câncer colorretal adiantadamente, quando a possibilidade de cura é grande: “Isso ocorre porque alguns pólipos ou tumores podem ser encontrados e removidos antes de se transformarem em câncer. Quanto mais cedo é diagnosticada, maiores as chances de cura da doença”, aconselha.
Sintomas
Entre os sintomas do tumor estão a anemia de origem indeterminada, a mudança no hábito intestinal (diarreia ou prisão de ventre), o desconforto abdominal com gases ou cólicas, sangramento anal ou nas fezes e sensação de que o intestino não se esvaziou após a evacuação.
Também podem ocorrer perda de peso sem razão aparente, cansaço, fezes pastosas de cor escura, náuseas, vômitos e sensação dolorida na região anal, com esforço ineficaz para evacuar.
Tratamento
O tratamento radioterápico é uma das formas de controle da doença, geralmente associado à cirurgia e à quimioterapia. O método é adotado para conter a evolução da doença no local em que o tumor está crescendo, segundo Pérsio Freitas. Geralmente, precede a cirurgia, mas há casos em que o recurso é usado também depois desse procedimento. Com diagnóstico inicial, as chances de cura chegam a 80%, explicou o médico.
“Quando administrada antes da cirurgia, a radioterapia permite a diminuição do tumor, facilitando a retirada da lesão pelo cirurgião, principalmente se o seu tamanho ou localização puderem prejudicar o ato cirúrgico”, afirma.
A radioterapia também pode ser usada em pacientes que não tenham condições clínicas para a cirurgia ou para aliviar sintomas em pessoas com doença avançada, que esteja provocando sangramento ou dor.
Prevenção
Uma dieta rica em fibras, composta de alimentos como frutas, verduras, legumes, cereais integrais, grãos e sementes previne o câncer colorretal, assim como a prática de atividade física regular. Deve-se evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, de carnes vermelhas e processadas e de alimentos gordurosos. “Alguns fatores aumentam o risco de desenvolvimento da doença, como idade acima de 50 anos e história familiar de câncer colorretal, além de obesidade e inatividade física”, alerta o médico do IRV.
Pérsio Freitas recomenda ainda a realização do exame preventivo chamado colonoscopia para que seja verificada a existência de pólipos pré-cancerosos a partir dos 50 anos. Para pessoas com casos deste tipo de câncer na família, a investigação deve começar mais precocemente.