Uma doença feminina ocupa atualmente o quarto lugar em mortalidade por câncer no Brasil (sem considerar os de pele não melanoma): o tumor do colo de útero. Por ano são mais de 6 mil óbitos de mulheres, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), que estima para 2020 o registro de 16.710 novos casos deste tipo de neoplasia.
O que muita gente não sabe é que o câncer do colo de útero pode ser prevenido com a vacina contra o HPV (Papilomavírus humano), que é oferecida pela rede pública de saúde. Ela é indicada para meninas de 9 a 14 anos e meninos, de 11 a 14. São necessárias duas doses. Homens e mulheres adultos também podem ser imunizados, mas apenas em clínicas particulares.
Além disso, mulheres não devem se descuidar do exame preventivo (Papanicolau), que é capaz de mostrar alterações celulares que podem evoluir para a incidência da doença.
Para o radio-oncologista Nivaldo Kiister, do Instituto de Radioterapia Vitória (IRV), tomar a vacina e fazer o preventivo são medidas fundamentais na prevenção do tumor.
“Vacinar é muito importante, assim como fazer anualmente o preventivo com o médico ginecologista. Este exame ajuda a detectar se algo está errado de forma precoce, o que aumenta as chances de sucesso do tratamento”, afirma o radio-oncologista.
Infecção persistente
Nivaldo Kiister explica que o câncer de colo de útero está ligado à infecção persistente por subtipos oncogênicos do vírus HPV. Nem sempre há manifestação de sintomas, mas algumas mulheres podem relatar a ocorrência de algum tipo de sangramento irregular ou dor. O tipo de tratamento vai depender do estágio de evolução da doença, tamanho do tumor e questões como idade da paciente e a vontade dela de ter filhos. Entre as opções estão a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia.
“Tudo vai depender do estágio do tumor de colo do útero. Em alguns casos, o tratamento principal é a radioterapia isolada ou cirurgia seguida de radioterapia. Já em outros, há a opção da quimioirradiação, que é radioterapia e quimioterapia administradas em conjunto”, afirma Nivaldo Kiister.
De acordo com o especialista, os dois tipos de radioterapia mais utilizados para tratar este tipo de câncer são a radioterapia externa e a braquiterapia.
“A radioterapia é uma modalidade terapêutica que é empregada nas situações em que a doença não está mais limitada ao colo uterino e sem indicação de cirurgia. Nessas condições, associa-se também a quimioterapia, quando possível, para potencializar o efeito da irradiação,
melhorando assim os índices de cura/controle da doença. A braquiterapia é um tipo de radioterapia em que se introduz dentro útero, colo uterino e vagina, através de cateteres, material radioativo, para dar dose reforço à radioterapia externa já realizada”, explica.