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Câncer: entenda porque os tumores podem reaparecer

Mesmo após um período de cinco anos, o tumor pode atingir novamente o local já tratado com sucesso ou se espalhar por outros órgãos 

O câncer é uma doença que pode reaparecer mesmo após um tratamento bem-sucedido com cirurgia, quimioterapia, radioterapia ou imunoterapia. O risco varia de acordo com o tipo de tumor, seu tamanho e seu estágio. Isso significa que depois de um prazo de cinco anos, a lesão pode atingir novamente o local já tratado com sucesso ou se espalhar por outros órgãos. 

O alerta é da médica radioterapeuta Anne Karina Kiister Leon, que destacou a importância de um acompanhamento correto para saber se o câncer voltou a se manifestar no organismo. Esta fase, em geral, envolve consultas, exames de sangue e de imagem. 

Dra Anne Kiister Leon, médica do IRV

“Mesmo depois de cinco anos, o tumor pode voltar. Costumamos dizer que o paciente deve seguir seu acompanhamento com o médico oncologista por muitos anos. Ele precisa ser avaliado anualmente como um todo. Às vezes, a doença demora para voltar. Se a pessoa faz consultas e exames periódicos, é possível detectar de forma precoce e ter mais chances de tratamento de forma curativa”, afirma Anne Kiister. 

Por que o tumor volta? 

Segundo a médica, mesmo após um tratamento dar certo, a doença pode retornar. Isso ocorre porque após a eliminação da lesão, células adormecidas podem voltar a se dividir e a crescer. 

“Não se sabe por que isso acontece, muitas vezes surge espontaneamente, sem que a sua origem seja conhecida, mas o fato é que quando essas células entram em atividade, o tumor volta, podendo ocorrer no mesmo local ou em outra parte do corpo”, explica a radioterapeuta. 

Nem sempre o tumor retorna no mesmo local. De acordo com a especialista, na grande maioria das vezes, tanto para homens quanto para mulheres, a lesão aparece em outros órgãos. 

Os médicos costumam chamar esse retorno do câncer de recidiva. Segundo Anne Kiister, o fato de a doença voltar não significa que ela se manifestará de forma mais forte. 

“Não necessariamente a recidiva é ruim. É pior no sentido de que abala o lado psicológico da pessoa que já tratou a doença, achava que estava curada e de repente o câncer voltou. Mas pode ser um retorno local, com possibilidade de tratamento, de forma que o paciente permanece com uma sobrevida sem novo aparecimento do tumor”, disse. 

Acompanhamento 

Segundo Anne Kiister, quando um tratamento termina, o retorno do paciente ao oncologista pode ocorrer a cada três meses ao longo do primeiro ano. 

Depois dessa fase, pode passar para a cada seis meses. Tudo vai depender do resultado dos exames, dos sintomas e da condição física do paciente de voltar ao consultório.

Mesmo com acompanhamento, há casos de pessoas que já trataram câncer há mais de 10 anos e que voltaram a manifestar a doença. “Tenho um paciente que depois de 11 anos de feito um tratamento, o câncer voltou. Por isso, é importante fazer o acompanhamento correto com o oncologista e ficar atento às alterações do corpo para poder investigar o mais rápido possível”, destaca.