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Dor de cabeça e convulsões podem ser sinal de câncer

Instituto Nacional de Câncer estima que somente em 2021 serão diagnosticados 11.090 novos casos de câncer cerebral

Dor de cabeça progressiva, convulsões, alterações visuais, motoras, da fala e formigamento podem esconder uma doença que mata mais de 9 mil pessoas por ano no Brasil: o câncer de cérebro. Esse tipo de tumor ocupa a 10ª posição entre os mais frequentes nas mulheres brasileiras e a 11ª entre os homens, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca).

Dr Guilherme Rebello, médico do IRV

 

Especialista em radioterapia, Guilherme Rebello explica que o câncer de cérebro é o tumor que acomete o tecido do sistema nervoso central (SNC), podendo ter origem primária (do próprio cérebro e/ou meninges) ou secundária, como metástases provenientes de outras regiões. O Inca estima que somente em 2021 serão diagnosticados 11.090 novos casos de câncer cerebral, sendo 5.870 em homens e 5.220 em mulheres. 

Entretanto, esses números podem ser ainda maiores caso sejam incluídos os tumores benignos do sistema nervoso central, que abrange o cérebro e a medula espinhal. De todos os tumores do SNC, cerca de 88% deles estão localizados no cérebro. 

“Os fatores de risco do câncer no cérebro estão mais relacionados a algumas síndromes genéticas, como neurofibromatose e Li-Fraumeni. Existem outros menos prevalentes, como ocupação profissional (trabalhadores de indústrias químicas), dieta (alimentos em conserva) e exposição à radiação”, explica Guilherme Rebello. 

Sintomas que confundem 

O Maio Cinza é o mês dedicado à conscientização do câncer de cérebro, uma vez que vários sintomas deste tipo de tumor são parecidos aos de outras doenças, o que pode fazer com que muita gente negligencie os primeiros sinais. 

“Os sintomas mais comuns são dor de cabeça, convulsões e piora do estado geral. Porém, ainda podem ocorrer fraqueza em membros inferiores, além de dificuldade visual e auditiva”, alerta o especialista. O glioblastoma é o tumor maligno mais comum no cérebro dos adultos e também o mais agressivo: a cura é difícil e o tratamento permite uma sobrevida de até três anos. Nas crianças, o panorama é melhor: a taxa de cura para lesões malignas pode chegar a 80%. 

“Para todos os tumores há tratamento e controle da doença. Os riscos de sequela existem, porém variam de acordo com o estágio do câncer e a localização dentro do cérebro”, destaca o médico do Instituto de Radioterapia Vitória (IRV). 

Após análise do quadro clínico, o diagnóstico deste tipo de tumor é feito por meio de ressonância magnética do crânio e biópsia. O tratamento para o câncer de cérebro inclui cirurgia para remoção do tumor, que pode ser associada à quimioterapia e à radioterapia.

“A radioterapia tem papel fundamental neste tipo de neoplasia. Pode ser utilizada de maneira isolada, eliminando o foco da doença, ou até de maneira complementar a uma cirurgia, evitando com que o câncer retorne”, afirma Guilherme Rebello.