Uma doença que acomete principalmente braços e pernas, e se caracteriza pela dor persistente pode levar pessoas a minimizarem os sintomas e a não procurarem o médico: o câncer ósseo. Entretanto, este é um tipo de tumor cuja chance de cura é maior quando diagnosticado em fase inicial.
Realizada este mês, a campanha Julho Amarelo é voltada para ações de conscientização sobre esta neoplasia, que atinge crianças, adolescentes e adultos. Ela pode surgir diretamente no osso (primário) ou decorrer de câncer em outro órgão, com metástase nos ossos (secundário).
O radio-oncologista Persio Freitas, do Instituto de Radioterapia Vitória (IRV), explica que entre os principais sintomas estão dor nos ossos, inchaço na área afetada, fadiga e perda de peso.
“O sintoma mais característico do câncer ósseo é a dor. Inicialmente ela surge na área afetada, que com o tempo piora e persiste. Em alguns casos, ela é sutil, o que pode levar a pessoa a ignorá-la e simplesmente não procurar um médico para investigar sua origem”, alerta o médico. Durante a investigação da doença, o médico poderá solicitar exames como tomografia, cintilografia óssea e ressonância magnética. Os ossos podem ser atingidos por diversos tipos de câncer, sendo que os principais são os osteossarcomas, que atingem extremidades dos ossos longos, em especial no joelho, no fêmur e no úmero (osso longo do braço); os tumores de Ewing, que afetam a região do quadril, parede do tórax, costelas, omoplatas e pernas; e os condrossarcomas, tumores produtores de cartilagem que se desenvolvem mais frequentemente no fêmur, na bacia e no úmero.
Diagnóstico precoce
De acordo com o especialista, quanto mais cedo a neoplasia for identificada, maiores são as chances de a pessoa de conseguir conter o avanço da doença ou mesmo de eliminar o tumor, que atinge ossos mais longos do corpo, como os da coxa e braços.
“O diagnóstico precoce do câncer ósseo aumenta a chance de cura do paciente em comparação com quem descobre a doença em fase avançada. Isso é fundamental para indicar o melhor tratamento, seja ele cirúrgico, radioterápico, quimioterápico ou uma combinação deles”, afirma.
A radioterapia é um dos tratamentos que podem ser indicados, dependendo do grau de extensão do tumor e do quadro clínico da pessoa.
“A radioterapia pode ser usada por diferentes razões: para curar o paciente, destruindo completamente o tumor; para reduzir o tamanho dele ou para aliviar a dor em casos mais avançados. Ela também pode ser combinada com outros tipos de terapia”, explica o especialista.