Apresentadora e atriz de 72 anos descobriu carcinoma basocelular na narina esquerda. Esse tipo de câncer é encontrado frequentemente nas partes do corpo que ficam mais expostas ao sol
A apresentadora Marília Gabriela, de 72 anos, usou seu Instagram, na noite desta segunda-feira (8), para tranquilizar os fãs após se submeter a uma cirurgia para a retirada de um câncer de pele na narina esquerda “Meu Dia Internacional da Mulher! Deu-se com uma espinha que apareceu na minha narina esquerda e não saía mais, meu querido dr. Otávio não gostou do que viu e me mandou para exames aprofundados que resultaram, uma semana e meia depois (hoje), numa cirurgia para retirada de um sorrateiro carcinoma basocelular. Recebi alta agora há
pouco, tenho um chumaço me entupindo o nariz que deve ficar assim até a sexta-feira e, importante, um conselho a dar: usem protetor solar, de preferência até dentro de casa, sempre. Como disse meu cirurgião, Dr. Luiz Roberto Terzian quando argumentei que tomei sol pra valer e sem protetor “só” na adolescência: “Não importa, tomou sol uma vez, na idade que for, é pra sempre. Anotado e passado pra frente”, disse Marília em sua rede social.
Tipo mais comum
Carcinoma basocelular é o tipo de câncer de pele, correspondente a 75% dos casos. Tem, também, grandes índices de cura. É constituído de células basais, comuns da pele, que se multiplicam de forma desordenada, originando o tumor. “Esse câncer é encontrado frequentemente nas partes do corpo que ficam mais expostas ao sol, como face e pescoço. O nariz é a localização mais frequente, com cerca de 70% dos casos, mas também pode ocorrer na orelha, canto interno do olho e outras partes do rosto”, diz o médico Persio Freitas, do Instituto de Radioterapia Vitória.
Pessoas que tomaram muito sol ao longo da vida sem usar o filtro solar têm o risco aumentado para câncer de pele do tipo carcinoma basocelular. “Tomar sol sem proteção adequada agride a pele, causando alterações celulares que podem levar ao câncer. Quanto mais queimaduras solares a pessoa sofreu durante a vida, maior é o risco de desenvolver esse tipo de tumor”, explica Persio Freitas, que é especialista em radioterapia.
Diagnóstico e tratamento
A oncologista Fernanda Cesar, do Cecon /Oncoclínicas, explica que entre os sinais e sintomas estão as feridas que não cicatrizam, coçam e que podem até sangrar, pequenas protuberâncias na pele de cor esbranquiçada ou rosa-brilhante, e o aparecimento de mancha marrom ou vermelha com bordas mal definidas e que crescem com o tempo. “O diagnóstico é feito por meio de dermatoscopia, um exame físico onde é usado um aparelho que amplia a visualização da pele em até 400 vezes, para observar a estrutura mais interna e a biópsia, para análise laboratorial”.
O tratamento é feito após a análise do grau de invasão e localização do tumor, levando em conta também o tamanho, características de invasão e recidiva. “Pode ser retirado por meio da Cirurgia Mohs, mais efetiva para esses casos, cirurgia convencional e até tratamento sistêmico”, diz Fernanda Cesar.
A médica ressalta que usar o filtro solar com fator de proteção 30 todos os dias é fundamental. “A exposição ao sol deve ser feita nos horários de menor emissão dos raios ultravioletas. Se for se expor ao sol, procure usar um boné ou chapéu e reaplique o filtro a cada duas horas. Mas evite sempre a exposição prolongada diretamente à luz solar”, diz.