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Linfoma não Hodgkin tem até 80% de chance de cura

O universo artístico brasileiro e seus espectadores foram surpreendidos pela notícia de que o ator Edson Celulari, com 58 anos, iniciou um tratamento contra o linfoma não Hodgkin, um tipo de câncer que afeta o sistema imunológico, responsável pela defesa do organismo diante de agentes agressores.

Quando identificado em seu estágio inicial, esse tipo de câncer tem até 80% de chance de cura, segundo especialistas. Já em fase avançada, essa probabilidade varia de 40 a 70%.

De acordo com o rádio-oncologista Carlos Rebello, do Instituto de Radioterapia Vitória (IRV), há possibilidade ainda de o paciente permanecer cerca de cinco anos sem reincidência da doença ou necessidade de novo tratamento.

Dados do Instituto Nacional o Câncer  (Inca) informam que existem aproximadamente 20 subtipos diferentes de linfomas não Hodgkin. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número pode ser superior a 50.

Sintomas 

O médico alerta que é preciso estar atento ao que acontece com o próprio corpo, porque isso ajuda na identificação precoce do problema: “Uma vez caracterizado o linfoma e o tipo, é possível estudar o melhor tratamento para o paciente”, afirmou. Inchaços ou ínguas com ausência de dor, febre, suor noturno intenso e emagrecimento rápido são os principais sintomas do linfoma não Hodgkin, segundo ele.

Além de atingir pessoas com o sistema imunológico comprometido, como portadores do vírus HIV e da bactéria Helicobacter pylori (associada à úlcera e ao câncer de estômago), há grande incidência da doença em pessoas expostas a altos níveis de agentes químicos, como pesticidas, e à irradiação.

Tratamentos

Entre os possíveis tratamentos para o linfoma não Hodgkin se destaca a quimioterapia combinada, na qual são administrados mais de um medicamento, além de anticorpos monoclonais (também conhecidos como “remédios inteligentes”, por atacarem um alvo específico nas células linfáticas). Outra opção é associar a radioterapia ao tratamento quimioterápico.

O radio-oncologista Persio Pinheiro, também do IRV, explica que hoje existem formas bastante seguras e precisas de quimioterapia e de radioterapia. “As atuais técnicas permitem preservar órgãos e tecidos sadios, combatendo somente a área desejada”.

Pérsio

Pérsio Pinhero de Freitas

Segundo o Inca, neste ano, no Brasil, cerca de 10,2 mil pessoas serão diagnosticadas com linfoma não Hodgkin, a maioria do sexo masculino (5,2 mil). Em 2013, morreram 4,1 mil pessoas vítimas da doença, de acordo com o órgão.

Entenda como funciona

 As células linfáticas, ou linfócitos, responsáveis pela proteção e pela defesa do nosso corpo, sofrem uma mutação e começam a se proliferar de forma desordenada, causando um inchaço local. O acúmulo dessas células é que forma o tumor.

Os tumores de rápida evolução têm maior chance de cura, mas também podem levar à morte em semanas. Eles são chamados de agressivos e correspondem a 60% dos casos.

E os de progressão mais lenta são mais difíceis de tratar por terem identificação complicada. Esses são os indolentes e correspondem aos 40% restantes.