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Médico do ES explica efeitos colaterais do câncer do marido de Ana Hickmann

Desde que descobriu um tumor agressivo no pescoço com metástase, o empresário Alexandre Corrêa, 54 anos, marido da apresentadora Ana Hickmann, tem relatado em suas redes sociais sua luta contra o câncer e os efeitos colaterais que vem enfrentando ao longo do tratamento. Alexandre passou por uma delicada cirurgia para a remoção do tumor em outubro e iniciou a quimioterapia e a radioterapia. Em um mês, o empresário perdeu mais de 12kg e até semana passada vinha se alimentando com sopa. Esta semana, no entanto, precisou colocar uma sonda para se alimentar por estar muito fraco. 

Médico especialista em radioterapia, Guilherme Rebello, do Instituto de Radioterapia Vitória (IRV), explica que ao mesmo tempo em que a quimioterapia e a radioterapia destroem células cancerígenas, afetam também células sadias e sensíveis, como as da mucosa da boca e da garganta. 

 

Dr Guilherme Rebello, médico do IRV

 

“Esse efeito pode levar a desconforto e a dor ao engolir. Com isso, os pacientes têm dificuldade de se alimentar com alimentos sólidos, sendo orientados a ingerir comidas líquidas e pastosas. Com os avanços na tecnologia empregada na radioterapia, temos conseguido minimizar esses efeitos”, explica o médico. 

Segundo ele, os sintomas do câncer de pescoço podem variar, a depender da localização. “De maneira geral, entre os sintomas estão perda de peso, caroços pelo pescoço, dificuldade para engolir e rouquidão”, disse. Os principais fatores de risco dos tumores de cabeça e pescoço são cigarro e álcool. 

Alteração no paladar 

Guilherme Rebello explica que para tumores localizados nas proximidades da boca, o tratamento com radioterapia pode levar a uma alteração transitória do paladar, em geral retornando após o seu

término. O câncer de Alexandre, por exemplo, foi diagnosticado embaixo do maxilar e a base do crânio. 

“Um dos principais desafios dos médicos é conseguir minimizar os efeitos colaterais do tratamento, evitando com que o paciente tenha que interromper seu plano terapêutico. Para isso, no IRV, utilizamos alta tecnologia aliada a uma equipe multidisciplinar. Direcionamos a radiação ao tumor, atingindo e danificando seu DNA, levando-o à morte celular”, explica Guilherme Rebello. 

O câncer de cabeça e pescoço é o nome dado ao conjunto de tumores que se manifestam na boca, faringe e laringe, entre outras localizações da cabeça e do pescoço. De acordo com dados do Instituto Nacional de 

Câncer (INCA), cerca de 43 mil casos novos deste tipo de neoplasia devem ser diagnosticados em 2020.