Especialistas dão dicas para as mulheres se protegerem da doença
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de colo do útero é a terceira neoplasia mais frequente na população feminina, atrás apenas do câncer de mama e do colorretal. Ainda segundo o órgão, a doença é responsável por cerca de 5,4 mil mortes por ano no Brasil.
Apesar da gravidade do problema, é possível evitá-lo com a adesão de hábitos simples, como a realização do exame preventivo e o uso da camisinha durante as relações sexuais.
Para a rádio-oncologista do Instituto de Radioterapia Vitória (IRV), Anne Karina Kiister Leon, é importante que as mulheres se alimentem de uma forma saudável e mantenham um peso corporal adequado. “A obesidade aumenta gradativamente o risco do desenvolvimento de câncer. Com uma alimentação saudável e com a prática regular de exercícios físicos, o perigo se torna muito menor”, explica a médica.
Anne Karina Kiister Leon reforça ainda a a relevância do exame preventivo. “As mulheres que têm idade entre 25 e 64 anos devem realizar o exame preventivo ginecológico a cada três anos, se os dois primeiros exames não apontarem anormalidades. Em caso de alteração ou de doenças de imunidade, o médico pode e deve solicitar que a paciente realize o exame antes do prazo estabelecido. Por meio do Papanicolau é possível identificar as alterações das células no útero, o que facilita o diagnóstico em fase inicial”, diz.
Além disso, é preciso checar os resultados do exame junto com o ginecologista e seguir as orientações do profissional.
Fatores de risco
Segundo a ginecologista do Hospital Metropolitano, Patrícia Leite, alguns dos fatores de risco do câncer de colo do útero são a obesidade, o tabagismo, a multiplicidade de parceiros sexuais e as doenças sexualmente transmissíveis, como o papiloma humano (HPV).
“O Papanicolau é o método mais eficaz para a detecção precoce do problema, que normalmente não apresenta sintomas em fase inicial. Em um estágio mais avançado, é importante que as mulheres fiquem atentas e procurem um ginecologista em caso de sangramentos vaginais, especialmente se eles ocorrerem após a menopausa ou ao fim de uma relação sexual”, esclarece.
Vacina
Ainda de acordo com a médica Patrícia Leite, uma das novas formas de prevenção à doença é por meio da vacinação contra o vírus do HPV, que está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para meninas de 9 a 15 anos e para meninos de 11 a 15 anos de idade.
“A vacina tem seu melhor efeito quando tomada antes do início da vida sexual, atingindo uma eficácia de quase 100% na prevenção do câncer de colo de útero. Mas é importante salientar que ela serve para prevenir o HPV, não para tratá-lo, e que o uso da camisinha é indispensável”, contextualiza.
Para prevenir o câncer de colo do útero, as médicas sugerem alguns hábitos:
- Usar preservativos durante as relações sexuais;
- Se possível, evitar o contato sexual com múltiplos parceiros;
- Vacinar-se contra o HPV;
- Realizar o exame ginecológico preventivo (Papanicolau) conforme orientação médica;
- Manter o peso corporal adequado;
- Evitar o consumo de álcool;
- Deixar de lado o tabagismo;
- Alimentar-se de forma saudável;
- Praticar exercícios físicos regularmente.