Blog

Prótese de silicone pode causar câncer raro

É raro, mas é real. Uma forma incomum de câncer, o linfoma anaplásico de grandes células (ALCL), pode surgir em pacientes que colocaram implante de silicone, tanto nos casos de cirurgia estética quanto nas de reconstrução da mama.

Segundo o National Cancer Institute (EUA), a doença tem incidência de 3 a cada 100 milhões de mulheres por ano. Das ocorrências já registradas nos EUA, 70% foram em pacientes que colocaram a prótese por estética e 30% pós-câncer de mama.

A associação entre a doença e o silicone foi feita em 2017, nos EUA, e o que se descobriu é que o linfoma anaplásico de grandes células pode começar aparentando ser uma inflamação ao redor da prótese ou na própria mama em forma de linfonodos.

 

Após inserido o silicone no paciente, uma cicatriz fibrosa chamada cápsula se desenvolve ao redor do implante com o passar do tempo. Os casos de linfoma anaplásico de grandes células foram geralmente encontrados nessa cápsula fibrosa ou adjacente ao próprio implante.

 

No primeiro caso, a manifestação da doença se dá na forma de seroma, um líquido que surge em grande quantidade. E não adianta drená-lo ou puncioná-lo. Ele volta, o que já acende um sinal de alerta para médico e paciente.

 

Em outros casos, o ALCL aparece como um nódulo, detectado em exame de toque ou de imagem. Esse tipo é o mais agressivo da doença.

 

A rádio-oncologista Anne Karina Kiister Leon, do Instituto de Radioterapia Vitória (IRV), destaca a importância dos exames para chegar ao diagnóstico: “Através de uma ultrassonografia mamária, conseguimos analisar a massa que surgiu. Se for preciso, o paciente pode ser encaminhado em um segundo momento para uma ressonância magnética, para tirar qualquer dúvida quanto ao diagnóstico. É também a partir da ultrassonografia que é feita a punção de uma parte da massa para mais exames”.

 

É importante frisar que o linfoma anaplásico de grandes células é um tipo de linfoma e não um câncer mamário. “Quanto mais cedo for detectado, mais rápido é dado início ao tratamento, aumentando as chances de recuperação do paciente”, afirma Anne Karina Kiister Leon.