Campanha alerta para os sinais e sintomas, fundamentais para identificar a doença
Com chance de cura de até 70%, quando diagnosticado precocemente, o câncer infantojuvenil é a principal causa de morte por doença em crianças e adolescentes, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Estima-se o surgimento de 12,6 mil novos casos da neoplasia na faixa etária de zero a 19 anos até o final de 2017.
Os tipos mais frequentes são as leucemias (que afetam os glóbulos brancos), os tumores do sistema nervoso central e os linfomas (que prejudicam o principal sistema de defesa do organismo, o linfático).
Para alertar sobre a importância da detecção e tratamento precoces, no próximo mês será promovida nacionalmente a campanha Setembro Dourado. O objetivo é ajudar pais e responsáveis a identificar o problema o mais cedo possível, com a abordagem intensa dos seus sinais e sintomas.
Diagnóstico precoce
A rádio-oncologista Anne Karina Kiister Leon, do Instituto de Radioterapia Vitória (IRV), explica que, na maioria das vezes, os sintomas do câncer infantojuvenil são semelhantes aos de doenças comuns dessa fase da vida, o que dificulta a descoberta.
“Dessa forma, é necessário estar atento às queixas dos pequeninos, levá-los para uma avaliação com o pediatra e, se necessário, com outros profissionais de saúde. O tratamento começa pelo diagnóstico correto e precoce”, alerta a médica.
Ela enfatiza que a cura pode ser alcançada por cerca de 80% das crianças e adolescentes afetados pela patologia, quando nessas condições.
Como identificar
Alguns dos principais sinais e sintomas que indicam a presença do câncer infantojuvenil são: a pele pálida; o aparecimento de hematomas ou sangramentos, dor óssea, caroços ou inchaços, inclusive no abdômen e sem apresentarem dor ou febre; perda de peso, de equilíbrio ou de coordenação inexplicadas; tosse persistente; vômito; tontura e dores de cabeça incomuns, aponta a rádio-oncologista.
Segundo Anne Karina, é possível notar ainda mudanças comportamentais, como isolamento, fadiga e sonolência, e algumas alterações oculares, tais como perda de visão, pupila esbranquiçada e estrabismo de início recente.
Quanto à prevenção, a médica esclarece que não há evidências científicas suficientes que associem o adoecimento a fatores ambientais, a exemplo da má alimentação e da falta de atividade física.