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Sintomas frequentes nas crianças podem ser alerta de câncer

Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) revelam que 8.460 crianças e adolescentes serão diagnosticados no Brasil com algum tipo de tumor até o fim deste ano. A doença tem chance maior de cura quando descoberta de forma precoce, mas, para isso, pais e responsáveis precisam estar atentos aos sintomas.

Os tipos de câncer infantojuvenil mais comuns são leucemias, linfomas e tumores de sistema nervoso central. De acordo com o radio-oncologista Persio Freitas, do Instituto de Radioterapia Vitória (IRV), cerca de 80% das crianças e adolescentes podem ser curados desde que diagnosticados de forma precoce. “Manchas roxas pelo corpo, sangramentos, febre prolongada, inchaço na barriga, aumento dos gânglios, caroços, fortes dores nos membros inferiores e palidez são alguns sinais de alerta”, explica o especialista.

De acordo com o INCA, alguns estudos indicam que mais de três idas ao médico com os mesmos sintomas merecem atenção especial. “O ideal é fazer um acompanhamento regular com o pediatra. Se a criança se queixa sempre dos mesmos sintomas nas consultas, é importante investigar as causas”, afirma Persio Freitas.

O câncer infantojuvenil, na maioria das vezes, tem natureza desconhecida. E hoje, é a principal causa de morte entre crianças e adolescentes no Brasil (1 a 19 anos), segundo o INCA. “Em um paciente adulto, muitas vezes o estilo de vida influencia para que ele desenvolva câncer, como fumar, por exemplo. Isso não ocorre com as crianças, cuja doença está associada a alterações genéticas.Por isso, o diagnóstico precoce é tão importante, já que não há uma forma de prevenir”, afirma o radio-oncologista.

As opções de tratamento do câncer infantojuvenil são semelhantes às dos adultos, com cirurgia, quimioterapia, radioterapia, transplante de medula e imunoterapia. As terapias com medicações podem durar de seis meses a dois anos, dependendo do avanço do tumor.

Em alguns casos, a radioterapia pode ser indicada. É importante salientar que os tumores nas crianças e adolescentes crescem numa velocidade maior que em adultos e que suas células normais se reproduzem continuamente, por estarem em fase de desenvolvimento. “Em crianças, a radioterapia é sempre realizada com extremo critério, por causa dos tecidos e órgãos em desenvolvimento. O tratamento deve ser discutido com o especialista para definir o que é mais adequado”, destaca.

Dr Pérsio Pinheiro de Freitas, médico do IRV